8 x 8 – Oito Perguntas em Oito Segundos com o comentarista Esnar Ribeiro
Hoje o convidado do 8 X 8 – Oito perguntas em oito segundos será o comentarista Esnar Ribeiro, 49 anos, com 34 anos de rodeio, começou no meio aos, 16 de Idade, foi competidor, ganhou rodeio nos Estados Unidos, mas, foi no comentário tanto na TV como na arena, que ficou conhecido. Hoje, Casado, pai de 3 filhos continua como o comentarista mais conceituado do mercado. Ele topou participar do desafio 8 X 8, acompanhe:
1 – Esnar, por competência dos nossos competidores, posso dizer que está fácil, ir aos EUA para montar. O Brasil, é reconhecido como um país forte na montarias em touros. Como foi na década de oitenta chegar na Terra do Tio San, dizendo que era brasileiro e não queria sambar e sim montar em touros? Conte um pouco sobre sua chegada lá!!
Hoje está ficando muito duro ir para lá montar, somos muito mais superiores a eles, tem até uma brincadeira que diz que o símbolo que a PBR vai colocar no aeroporto de Fort Worth quer dizer: Please Brasilians Return. (Por Favor Brasileiros Retornem). O Brasil é absoluto no mundo quando se fala em montar em touros.
Cheguei em 88 fui para o Texas, o lugar mais tradicional dos EUA quando se fala em cultura de RODEIO, eles não tinham a mínima ideia do que era o Brasil, ou que teria rodeio por aqui, sofri bastante mas valeu, estou até no livro do Adriano Moraes como primeiro Brasileiro a ganhar um rodeio por lá (eu não vi mas ouvi falar). O tamanho dos bezerros era de fazer o vaqueiro suspirar, era o inicio da era de ouro do rodeio Americano.
2 – Como foi o Esnar Peão de Rodeio. Como começou, porque parou, o que valeu a pena, o que não valeu, conte-nos tudo!
Quando comecei em 1980 tinha o Tião Procópio como o cara RS, tinha também, Salustiano Ribeiro Cachoeira eu estava a baixo, não fui o The Best (O melhor), mas curti cada momento como se fosse o ultimo, ajudei muita gente e sigo ajudando quando posso.
3 – Posso comparar você ao técnico de Futebol Wanderley Luxemburgo. Não tinha tanta fama atuando, mas, fora das quatro linhas, no seu caso, fora da arena, ficou muito mais famoso, claro, pela competência no que faz? Ou você não gosta desta comparação?
Acho bacana a comparação e por ai, ele é padrinho de casamento da minha irmã um cara fantástico.
Na arena fui um competidor que tinha espeito, pois uma coisa leva a outra caso, contrario o fio da navalha já tinha me tirado do rodeio em 93 quando parei de montar.
4 – Você como uma das pessoas que contribuiu e conhece muito de rodeio, o que o Brasil andou, e o que está paralisado ainda no rodeio?
O rodeio esta espremido entre a hora que a novela acaba e a hora que começa o show então acredito que sobrou por volta de 10 minutos de casa cheia assistindo o rodeio.
Acho que temos que rever um monte de coisas e números, temos que ter um canal de comunicação com o cara da arquibancada, o rodeio que dois ou três acreditam ser o “fodão”, talvez não é o que o cara da “bancada” acha, estamos misturando espectador com fã de rodeio, é este fã que temos que trabalhar mais.
5 – O que os EUA tem no rodeio que o Brasil ainda não tem?
Nada! Se somos 8 vezes campeões mundiais na terra deles
6 – Se o Esnar fosse um organizador, quem, envolvido com o nosso esporte, você não convidaria para o seu rodeio?
Todos os comentaristas RS
7 – Muito barulho, se fez quando você pousou para G Magazine. Hoje você tem orgulho disso, acha que fez a coisa certa, ou avalia a decisão como um erro? Não faria se fosse hoje?
Foi punk! RS. Tenho orgulho de tudo que fiz na vida, é duro falar aos 49 anos o que eu poderia ou não ter feito a 13 anos atrás.
8 – O evento no Ibirapuera em São Paulo em 88 foi um marco para o rodeio. Você esteve diretamente envolvido nesta marca, porém, algumas pessoas, o acusam de não cumprir o combinado na divisão do dinheiro. Fale primeiro sobre o rodeio e sobre o motivo pelo qual vocês fizeram ele, e fale sobre este acerto tão tumultuado e comentado até hoje.
Tenho muita magoa sobre isto, o rodeio é muito ingrato em seguir boatos como se fosse verdade.
Foi feito um rodeio que até hoje ele pode ser considerado moderno, eu era o líder dos peões de touros e nós estávamos cansados de não ter espaço no rodeio, pois na época só se falava em cutiano, e além disso, o grande problema era que um simples Peão de rodeio era o criador do evento, não era evento para dar lucro, alias nem sabíamos o que iria acontecer.
O evento foi um sucesso, o rodeio em touros estava em todas as mídias, publico ótimo no sábado o resto dos dias mais ou menos, o suposto lucro que não teve, era para pagar as contas de hospital que a associação tinha, e o gigantesco gasto de produzir um rodeio dentro do Ibirapuera em 1988 era coisa de filme, tanto é, que nunca ninguém conseguiu fazer outro lá dentro.
Mas valeu, estou desde 1980 no rodeio, e acho que ainda estou fazendo muita coisa boa para o rodeio ,e o caso do Ibirapuera sempre foi de pessoas sem capacidade que inventaram isso sobre mim, tem tantos eventos maiores que não deram certo, mas este de 1988 sempre volta na mesa.
Andre Metsker a pouco tempo atrás me mostrou um cheque sem fundos que ele guardou daquele tempo, e me disse: “Hoje eu entendo o que você fez pra nos do rodeio em touros. Foi o maior presente ,e o único que eu tive na vida por ter feito aquele evento histórico.
SOBRE 8 X8
Oito segundos é o tempo mínimo determinado para cada montaria. Aos expectadores é super rápido, aos praticantes nem tanto. “Oito Perguntas em Oito Segundos” é uma maneira bem rápida de conhecermos alguns profissionais de rodeio. Claro que, quando os oito segundos vão chegando ao fim, uma montaria pode complicar e não é diferente aqui, a pergunta mais complexa sempre vem no último segundo.
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Por Eugênio José – MTB: 67.231/SP
Foto: Arquivo Pessoal Esnar Ribeiro