ENTREVISTA COM JOÃO RICARDO VIEIRA
Há dias que eu estava querendo falar com João Ricardo Vieira. E eu achava que tinha ele na minha página do facebook, mas, na verdade não tinha. Vi alguém mencionando ele, e logo já estava com todos os contatos virtuais, telefone, etc.
Essa semana foi corrida cansativa, estava eu ontem, 25, já perto da meia noite, trabalhando, e ao mesmo tempo tomando uma cerveja, quando recebo uma chamada no meu Skype, era João Ricardo, achei até que as “brejas” estavam fazendo efeito, mas, era verdade.
Papeamos sobre muita coisa, por uns 30 minutos, e claro, a atual fase, as dificuldades, as saudades do Brasil enfim, João disse: “Eugênio vou deixar você trabalhar, outra hora fazemos a entrevista” Eu disse: “A entrevista já está feita”.
Poderia fazer uma introdução de João Ricardo, campeão nacional do CBRU (Rodeio Universitário) em 2004, dono de um recorde de seqüência de 62 montarias sem cair, Rookie Of The Year da PBR Brasil em 2012, um dos principais competidores do Top Team Cup, ganhador de 06 carros, 01 caminhão e 20 motos, ganhou Fernandópolis, entre tantos outros rodeios. Bom, pelo visto já fiz uma introdução sobre a carreira do competidor, amigo e sempre atencioso João Ricardo Vieira. Depois de ganhar três eventos João é a mais nova sensação do rodeio americano. Segue entrevista:
Eugênio José: Como é a vida na tal da América João?
João Ricardo: Não é fácil não, a saudade é muita, de tudo. Começamos a temporada aqui em seis, e agora, estamos em dois só, agora mora eu e o Eduardo Aparecido, que, também já está muito desanimado em relação a morar aqui no próximo ano. A sorte é que moramos em um condomínio, o Emílio e o Eguche moram em frente, o Fabiano mora do lado.
EJ: E comida? como se vira?
JR: Como disse, estávamos em seis, no inicio o Gauchinho Salva-vidas, cozinhava, ai ele foi embora o Edevaldo assumiu, e agora que ele também se foi sobrou para mim, cozinhar. Digamos que o Eduardo não tem tanta habilidade, e eu assumi o fogão RS
EJ: Você não vai deixar ninguém mais ganhar as etapas não?
JR: Estou com sorte. (Disse ele sorrindo). Tenho dado sorte e montado nos bois certos, porque aqui tem muito boi duro/difícil.
EJ: Você chegou como um novato, e agora é um novato que está concorrendo ao título mundial. Como você está administrando isso?
JR: Eu não ligo para pressão, chego para fazer meu trabalho, eu quero resultados. E eles estão acontecendo.
EJ: E a adaptação nos touros foi tranqüila?
JR: Quando eu estava no TPD estava montando bem, porém, quando subir para a primeira divisão, comecei caindo, os touros aqui são meio loucos, machucadores, tanto que machuquei em um 15/15. O primeiro rodeio que ganhei eu estava todo machucado. Agora estou me adaptando bem, mas, o forte aqui são os touros, eles trabalharam muito a genética e o nível dos touros ficou superior ao nível dos competidores por aqui.
EJ: Falando em touros, como foi seu encontro com Asteroid?
JR: Fui bem nele, é um touro muito ágil e que joga bem a anca. Mas, o touro do momento aqui é o Bushwacker.
EJ: Há pouco tempo você estava aqui no Brasil, e com certeza era fã destes americanos mais renomados. Como é hoje estar no meio deles, e principalmente concorrendo ao título no mesmo nível deles?
JR: É uma realização Eugênio, estar montando com J.B. Mauney, Mike Lee, competidores que sempre admirei, assim como admiro os brasileiros que estão aqui.
EJ: Eu sempre pergunto que americano os brasileiros gostam, todos respondem J. B. Mauney. E com você?
JR: É a mesma resposta, o J. B. Mauney é muito querido aqui, eles aqui gostariam muito que ele ganhasse um título, você precisa ver quando ele vai montar, parece que o ginásio vai cair. E ele é um cara bacana, gosta dos brasileiros, porém, está com muitas contusões, está muito machucado, e eu o admiro por isso, é um batalhador.
EJ: Dizem que seu cunhado, o Shane Proctor, é meio marrento, metido isso é verdade?
JR: Olha Eugênio (risos), digamos que ele não conversa muito com a gente, gosta de uma mídia, não é de muitos sorrisos, mas, eu o admiro também pelo esforço, montei em eventos com ele no TPD, e ele quando pode, além da PRCA, monta em eventos da TPD no mesmo final de semana de uma etapa da BFTS. É um batalhador, mas, agora ele deve estar meio preocupado porque tem Eguche, Silvano e eu no retrovisor dele. (risos).
EJ: Como foi e porque você saiu do Top Team Cup?
JR: Eu era feliz lá, e era meu sonho ganhar aquele campeonato. Porém, ano passado, que foi meu melhor ano no rodeio, eu não estava vem lá. Em Fernandópolis, cheguei para o Zé Paulo diretor de rodeio e falei: “É minha última etapa, quero tentar outra coisa”. Ele até estranhou, mas, eu estava consciente, ganhei o rodeio de Fernandópolis, e no final fui lá e entreguei minha tralha amarela para ele. Foi uma saída, consciente e tranqüila, quis tentar outra coisa, tudo tem um momento para começar e acabar, e naquele eu estava começando meu momento na PBR Brasil e posteriormente na PBR/USA. Sai pela porta da frente e deixei a porta aberta.
EJ: Como os fãs tratam vocês ai?
JR: Eu fico admirado como somos tratados aqui, o tanto de autógrafos, de pessoas que querem tirar fotos, as vezes chega até incomodar, mas, é muito gostoso esse carinho, eles nos tratam como se fossemos os cowboys do velho oeste.
EJ: E quem gosta de João Ricardo Vieira no Brasil. Quando poderá vê-lo montando aqui?
JR: Dia 13 já estarei por ai, na etapa de Jaguariúna. Vou fazer a temporada ai agora que a PBR dá uma parada, até agosto estarei no Brasil.
Por Eugênio José – MTB: 67.231/SP
Foto: Bull Stock Média