Entrevista com o líder do mundial de montarias em touros pela PBR José Vitor Leme
Quando sovava sua corda no fundo dos bretes do Salt Point Arena em novembro de 2017 antes de montar o seu primeiro touro nos EUA, na final do Velocity Tour, José Vitor Leme tinha em mente muitos planos e sonhos. O mais imediato, era conseguir se classificar para a PBR Finals daquele ano.
Todos sabemos que já também, de ‘imediato’, ele conseguiu realizar o sonho de fazer uma final mundial e ganhar a PBR Finals o sonho de ser revelação do ano e tantas outras coisas que ele conquistou em um ano e meio de PBR nos EUA, incluindo um milhão de dólares.
Um dos sonhos, o de ser campeão mundial continua vivo com ele e nas últimas semanas, ele alcançou pela primeira vez uma lidera do mundial da PBR.
Eugênio José: Quais eram suas pretensões quando você desembarcou em Las Vegas em novembro de 2017?
José Vitor Leme: Eu sempre pensei em vir moras nos EUA, era meu sonho viver aqui e disputar o campeonato mundial entre os melhores.
Então eu só pensava em fazer o meu trabalho, só em vencer meus touros para que eu conseguisse iniciar minha carreira bem aqui.
Eu vim para fazer o meu melhor e fiz, e isso aconteceu de uma forma muito grande, rápida, vencer a PBR Finals, ganhar o Rookie Of The Year (Revelação do ano) montando em apenas um rodeio, foi um momento mágico de minha carreira e isso ajudou muito a projetar minha imagem perante os fãs da PBR, sobre patrocinadores, foi um começo perfeito aqui nos EUA
EJ: Acredito que você sonhava e continua sonhando em ser um campeão mundial da PBR. Além da fivela, ganhar um milhão de dólares. Você já conseguiu um milhão de dólares em um ano, sem ser campeão mundial. Você decide tudo sobre seu dinheiro, ou você conta com a ajuda de alguém?
JVL: O sonho de ser um campeão mundial, acredito que vai muito além do dinheiro, é claro que um milhão de dólares muda a vida de qualquer pessoa, porém, ser CAMPEÃO MUNDIAL é muito maior que o próprio milhão de dólares, você vai carregar esse status a vida toda e seu nome será eternizado por tal conquista.
É o objetivo máximo de todos competidor, todos querem isso, eu quero também é o que a pessoa irá carregar para vida toda, acredito que seja o ápice de tudo, o objetivo maior, e todos querem ser, então isso é o que eu quero para mim, carregar esse título para o resto da minha vida, ser lembrado e orgulhar a todos aqueles que me apoiam.
Eu mesmo cuido de toda minha parte financeira e decido o que, e como fazer com o dinheiro, assim como os investimentos.
EJ: Como é viver na América? Qual a principal dificuldade?
JVL: Há uma facilidade em tudo que você vai fazer aqui nos EUA, aqui é muito menos burocrático que no Brasil a maioria das coisas.
Eu particularmente gosto de viver aqui, tanto que agora comecei a construir a minha vida aqui em investimentos.
A maior dificuldade que tenho, digo eu particularmente, é a falta da minha família, dos meus amigos, das pessoas que sempre estiveram ao meu lado no início da carreira, fora isso, aqui é um lugar extraordinário.
EJ: Qual touro é a verdadeira encrenca nos EUA e que você não gostaria de montar?
JVL: Aqui nos EUA existem muitos touros que muita gente não quer passar nem perto (Risos).
Porém, tem um que se chama Heartbreak Kid, ainda não teve nenhuma parada aqui e é um touro muito difícil e imprevisível, já montei nele e não deu muito certo, e torço para que não precise montar novamente (Risos).
PS: Essa entrevista foi realizada na semana da última etapa da PBR em Billings e, naquela mesma semana, José Vitor enfrentou novamente Heartbreak Kid (Vídeo Abaixo)
EJ: Quem é o americano que lhe chama a atenção e, qual competidor dos EUA, ou quais, devem ser os grandes adversários dos brasileiros nessa temporada?
JVL: Eu particularmente gosto de ver o Jess Lookwood montando, admiro muito a capacidade dele como Bull Rider, porém, ele se lesionou e acabou ficando algumas etapas fora e isso pode atrapalhar um pouco os planos dele. Mesmo assim, ele ainda é um forte candidato.
No momento a ameaça maior para os brasileiros é o Chase Outlaw, ele está numa fase muito boa da carreira dele e com certeza esse ano irá brigar muito por esse título também.
EJ: Qual é a emoção e qual é a responsabilidade de ser líder do mundial, de ser o último a montar no evento?
JVL: Eu estou muito feliz por estar na liderança, esta é a primeira vez que consigo. Esse era meu objetivo desde o início, e hoje consegui chegar onde eu queria. O plano agora é me manter concentrado no trabalho, nos touros e tentar continuar assim até o final e tenho a certeza que não será fácil, pois este é o lugar que todos querem estar.
Em questão de ser o último a montar eu não tenho problemas com isso acredito, durante a minha temporada em 2017 na PBR Brasil eu passei quase o ano todo montando por último e essa pressão nunca me atrapalhou, então quanto a isso eu estou tranquilo, estou um pouco acostumado com essas situações.