Las Vegas: Do ódio às lágrimas em uma só noite, bastidores do Round I
Olá, bom dia ou boa tarde ai no Brasil, ou quem sabe boa noite, como já frisei, estamos com atraso de cinco horas no fuso horário, estou começando este texto as 5:40 aqui em Las Vegas, já com vontade de tomar café enquanto você no Brasil, está com vontade de almoçar.
Acho que posso dizer que este texto é uma continuidade do texto de ontem. ( bit.ly/1zl6IVp ). O rodeio começava as 18:00h horário local, sem dormir ou sequer descansar depois de uma longa viagem de 36 horas, rumei para o Thomas & Mack Center, em companhia do meu amigo Lelê lá de Itaguajé.
É muito próximo o MGM Hotel, do Thomas local do evento, O taxi ficou 10,10 dólares e a mulher uma morena do estado do Mississippi não fez por ’10’ como estamos acostumados ai no Brasil tivemos que dar 11. Ou seja taxista é tudo igual, lá ou cá.
Cheguei na frente do Thomas, todos os competidores já tinham entrado, mas vi uma confusão lá na entrada do ginásio era ele: J. B. Mauney, provavelmente (pelo horário) o último a chegar.
Perguntei para uma senhora onde era a Press Room (Sala de imprensa), encontrei Miriaham que trabalha na PBR e fala português no caminho e ela me indicou o lugar.
Ao entrar uma senhorinha veio em atender e disse que viria alguém, estava ansioso, afinal se minha credencial não estivesse lá, como faria?
A senhora com sorriso no rosto me disse em Inglês que alguém me atenderia. Ai ouço aquela voz americana abrasileirada “Eugênio”.
Com alegria, Megan, outra americana que fala português é quem veio me atender. Ufa! Como é bom ter amigos mundo afora. RS
E para minha sorte foi ela, pois meu nome não estava na lista, embora eu tinha recebido um e-mail confirmando tudo.
Enfim, no jeito brasileiro Megan colocou meu nome na lista e me deu uma credencial de Media (Imprensa)
Megan, disse que Justin queria falar comigo, Justin é o colunista da PBR, que me convidou para escrever alguns textos, é o cara que com certeza deu o pontapé inicial para que eu pudesse estar aqui nessa manhã falando com vocês.
Antes porém, André Silva, Patrícia sua esposa, Gustavo Carvalho, Carlinhos Pavan, Carlinhos Pai do Gustavo, brasileiros credenciados estavam por ali, eles visualizaram em mim o cansaço, e foram todos gentis me explicando tudo.
Justin chegou e conversamos um pouco, ele tirou um foto comigo, achei isso legal, por aqui só de faz isso quem tem algum carinho pela gente e a Megan já tinha me cantado a bola, que ele gostava muito de mim. Ele é daqueles amigos virtuais que todos tem e nunca viu. Agora nos conhecemos, ele é um bom garoto, entrou com a difícil missão de substituir Keith, um dos maiores colunistas que já vi, mas Justin está fazendo um bom trabalho é dedicado, ele me disse ontem que tinha 16 entrevistas em seu celular, ele chega a dormir na frente do computador escrevendo, por isso nos identificamos tanto, afinal já fiz isso várias vezes.
Bom, nem tudo são flores em Las Vegas, na sala de imprensa recebi a notícia que não tínhamos acesso aos competidores, que uma pessoa viria nos buscar perto da abertura e podendo voltar só na hora que acabasse. Embora imaginasse, não curti muito.
Na sala de imprensa Buffet, suco, balas, torta, tudo do bom e do melhor. Nessa parte podemos dizer, que ‘tudo são flores” pena que não tive tempo de comer.
Descemos, por um corredor cheio de curvas, pegamos um elevador, com uma senhora sentadinha, e logo saímos no meio do povo, descemos pela arquibancada e enfim entramos na arena.
O tão esperado momento, confesso que eu esperava mais de mim, no quesito emoção, achei que ia chorar, pra ser sincero por mais de uma hora eu desejava estar na minha casa a frente do computador, não estava gostando, nadinha, serio, estava com ódio daquele lugar. Talvez fosse meu cansaço. E a triste ideia que teria que ficar duas horas e meia em pé.
Fiquei ali, e logo começou o rodeio, a abertura, pontualmente um minuto antes do horário. Apresentado os competidores um a um, ai sim, começamos ver como nosso público aqui é outro, vendo a mesma coisa: Rodeio.
Claro, isso não é rodeio, é PBR, mas o que importa é que, na abertura você já sabe de quem o público gosta.
Não quero ser aqui advogado do diabo então vou falar de dois que o público gostam bastante. Do lado do Brasil, Guilherme Marchi, impressionante, e do lado dos EUA, J. B. Mauney.
Dei uma olhada nos brasileiros na abertura era difícil fazer alguma leitura, mas vi Guilherme procurando algo na arquibancada, talvez a família que estava toda lá.
Silvano quieto como sempre, João Ricardo concentrado, assim como os outros, foi tudo muito rápido.
Vou citar alguns pontos do rodeio. Embora destaquei o desempenho brasileiro no Minuto do Rodeio (Abaixo) Impressionante como eles (público) vibram com tudo, tombos, pulos difíceis, revisão de tempo, muito legal, acho que com o passar do tempo, eu realmente quis estar ali e não em casa como no começo.
As montarias de Harris e de J.B. Mauney já nos indicava que eles adoram os brasileiros, mas vibram muito com os americanos, dá pra notar nas expressões nas arquibancada, gritos, soco no ar, levantam da cadeira, etc.
E quando Matt Triplet caiu perto do tempo e deram a revisão? Ficou aquela dúvida, a principio não deu o tempo, vaias, ai o tempo deu, pronto. Parecia que o ginásio ia desabar.
Tenho que relatar que o público geral, não só os brasileiros vaiaram os juízes na nota de Guilherme Marchi. Também não quero fazer aqui de advogado do diabo em Las Vegas, embora aqui seja a cidade do pecado, e o rabudo deva estar por ai, RS. Vou ficar quieto.
O rodeio acabou e J. W. Harris, foi o melhor da noite com 88,75 pontos.
Baseado na experiência com PBR Finals, mesmo João Ricardo e Fabiano Vieira caindo, não está nada perdido.
Mas, no round de ontem, quem se deu melhor foi Mike Lee, ele seria o campeão se tudo acabasse agora.
Não há razões para pânico, em relação a título brasileiro, mas ontem Justin o colunista que citei acima me mostrou os quatro primeiros do ranking e disse: O Campeão sai daqui. Eu como um colunista, e nessas horas é difícil ser imparcial disse: “Não se esqueça de Mike Lee” Esse cara (Mike Lee), já nos tirou um título praticamente ganho e eu o respeito muito.
Claro que nossos meninos montam demais e mais que ele, porém depois do título de 2004, Mike Lee faz seu melhor ano, montou o verão inteiro da TPD e temos que ficar de olho nele sempre.
Enfim acabou o rodeio e subi rumo a sala de imprensa, a mesma senhora, bem idosa, estava lá no elevador ainda, pensei que não era hora dela estar ali trabalhando, mas, esqueci que era EUA era apenas 20:40h, ela estava lendo uma bíblia, lembrei o quanto Deus foi bom para que eu estivesse ali.
Havia coletiva de imprensa e imagina minha emoção, meu ídolo internacional depois dos brasileiros, J. W. Harris estaria ali. Quando ele chegou e se afastou para pegar uma bebida fui lá em perguntei. You Remember me? Yes, Barretos, pronto minha noite estava ganha.
Começou a coletiva de imprensa e tive a oportunidade de fazer uma pergunta em português para Guilherme Marchi sobre seu joelho, nem me toquei da dimensão disto, mas, quando vi agora de manhã a entrevista postada no Youtube, foi demais, aliás minha esposa havia postado sobre isso no Facebook, e eu não tinha me tocado ou caído a fixa ainda (Entrevista abaixo)
Terminado a coletiva e a confirmação que o sorteio seria no Hotel Mandalay Bay, peguei carona com Carlinhos e seu filho Gustavo e na direção do carro que eles alugaram, o motorista era Carlinhos Pavan, da Rádio ‘Aqui não Abeia”, acho que meu irmão Marcelo Santos vai gostar de ler isso. Como é navalha gente, RS. Errou todos os contornos, tomou dezenas de buzinadas. Com muito custo pegamos a esposa do Carlinhos Carvalho e sua filha e fomos para o sorteio.
Todos os competidores sentados ao lado do Cassino, muita gente ali vendo, maioria brasileiros, foi legal estar ali, muito. Ai sim pudemos ter contato com Fabiano Vieira, que foi o primeiro que vi, ele estava mais afastado.
Depois conversei com Silvano e sua esposa Evelyn, João Ricardo chegou mais tarde, assim como os outros que passaram rapidamente por ali. João Ricardo foi o que ficou mais, os outros foram dormir, afinal a maratona deles aqui não é fácil, é correria pura.
Conversei com João Ricardo, sem entrevista-lo, ele me disse: “Estava focado, já havia parado nele, mas ele me jogou um pouco pra frente e minha perna não resistiu, acabei caindo, minha cabeça está boa, meu corpo está bem, e vou me manter focado, nada está perdido, o touro que vou hoje é bom, montei nele coincidentemente, no segundo dia aqui ano passado, vou pra cima” Afirmou.
Voltei de carona com Carlinhos Carvalho, fui ao McDonalds com eles, que fica dentro do hotel que estou, eles foram embora, e eu fiquei ali comendo um lanche pois estava tão cansado que era perigoso eu dormir em cima do lanche se voltasse pro quarto.
Ao meu lado, Gage Gay, Douglas Duncan, Chase Outlaw, Stormy Wing e outros mais, naquele exato momento caiu minha ficha. ESTOU EM LAS VEGAS.
Iniciei este texto a uma hora atrás, pela janela, estou vendo as luzes se apagando em Las Vegas, o sol deve chegar em instantes, um filme, passou em minha cabeça, muitas coisas para poder estar aqui, e as lágrimas foram inevitáveis.
Foto: André Silva