LAS VEGAS: Hora de ir embora com a mala cheia de vitória
Domingo de manhã em Las Vegas, último dia de rodeio, mandei mensagem para o Lelê, que iria deixa-lo para trás.
Desci com oito pessoas no elevador entre eles um cara com uma bicicleta, depois passei pelo cassino, no Loby encontrei o canadense Tanner Byrne, aparentemente atrasado, o cumprimentei e segui.
Peguei um taxi e as 10:30 já estava a caminho do Thomas & Mack Center. Cheguei ao tapete azul que estava montando para receber os competidores em poucos minutos.
Fui até a sala de imprensa, lá já estavam André Silva, e sua esposa Patrícia e Pollie, a senhora que fica todos os dias na sala de imprensa cuidando de nossos equipamentos.
Pela primeira vez consegui me alimentar com calma e tempo. André Silva como sempre só falando besteira, logo a Patrícia falou: “André porque você não via no Blue Carpet tirar foto?” Resumindo, vai fazer alguma coisa.
Fomos lá, já estava no fim, os brasileiros estavam passando, Fabiano, Guilherme, Renato, Eguchi, Emilio, Eduardo, alguns americanos, o último era J. W. Harris, não perdi a oportunidade, e fui tirar um foto. Logo voltamos para a sala de imprensa e todos começaram a chegar, meio dia, e eu almoçado e pronto para conhecer o primeiro campeão mundial ao vivo.
Ao sentar na cadeira chegou uma mensagem no meu whatsapp, era Silvano Alves querendo o vídeo do touro que ele montaria na semifinal.
Na hora pensei: “Será que estou colaborando com um campeão mundial para a conquista de um título?”
Enviei o vídeo e chegou o momento de descer, muita gente para cobrir o último dia, foi osso trabalhar, o espaço é curto.
Começou a abertura e confesso que quis chorar o tempo todo no último dia, quando estava descendo para a arena, a ficha do ‘Acabou’ começava a cair.
Na abertura chamara os campeões mundiais e, que bonito foi ver Guilherme abraçando Justin McBride, seu maior rival entre 2005 e 2010.
Mas, quando tocou a música do J. B. Mauney, mais uma vez repito, parecia que tudo ia cair.
Começando as montarias, com J. W. Harris, já dava para sentir que a tarde seria inédita história e arrepiante.
Não vou falar muito de montarias e notas, nem vou repetir que quando J. B. marcou 94 pontos parecia a quinta, ou décima guerra mundial.
Enfim começava a final e tínhamos ali um encontro histórico, ou um encontro de feras, Silvano Alves contra Asteroid.
Ganhar um título mundial caindo não seria tão glorioso quanto parar em Asteroid, abriu a porteira e o touro entra de contra mão, Silvano adianta o movimento, o touro sai da roda e puxa Silvano que dá o capacete pro touro bater, segura firme, quando ele cai no chão, já depois de vencer o touro, no mesmo segundo, Guilherme Marchi pula de cima dos bretes, e vai ao encontro.
A festa estava só começando. Os competidores o carregaram, logo o colocaram a frente dos bretes e entregaram a taça, a imprensa sabia que tínhamos apenas 2 minutos, iriam liberar para o público, Silvano com lágrimas nos olhos, e logo arena foi invadida.
Na euforia tentei sem sucesso ir ao fundo dos bretes, fui barrado, aqui eles não deixam, a imprensa ir lá, fica para uma próxima.
Levaram Silvano ao centro da arena, todos queriam ver ele, mas eu não, não naquele momento, queria ver Eduardinho, seu filho, e consegui, garotinho que gosto muito, e quando ele me viu já veio sorrindo e fazendo com cumprimento de dar soco. Mas ele teve que ir embora com alguém que levou sua irmãzinha também.
Sai da arena, encontrei Lelê, fomos comprar as últimas lembranças, descemos pela escada rolante do Thomas, que sonho tudo isso.
Já havia começado a coletiva, fiz uma pergunta para não perder a chance, agora ele Silvano, era campeão mundial e campeão da PBR World Finals.
Acabou a coletiva, muitos queriam foto com Silvano. Evelyn sua esposa dava entrevista ao meu amigo Justin, com ajuda de Miriaham, fui lá assim que acabou, peguei as duas fivelas de Silvano e pedi ao André Silva que batesse uma foto rápida.
Perguntei para sua esposa onde estava a tralha de Silvano, ele respondeu: ‘Sabe Deus’. Brinquei dizendo: ‘Cuidado se vocês perderem não será fácil conseguir dinheiro para comprar outra’ Ela riu, mas na verdade ainda estava nervosa. “Não consigo responder ninguém, tem amigo dele mandando mensagem, ligando, mas não dá” Disse
Esperei longo tempo para fazer minha primeira e única entrevista de áudio, consegui a entrevista, pedi que ele autografasse a minha credencial, tirei uma foto com ele, claro, dei meus parabéns e arrumei minhas coisas, enquanto ele Silvano entrou em uma outra sala para dar entrevista.
O clima era de desmontar, despedi de Justin, marcamos uma cerveja para mais tarde. Sai sozinho desta vez da sala de imprensa. Ao chegar perto da entrada um barulho, o cara da empilhadeira deu conta de derrubar as treliças no chão, dos dois lados duas camionetes caríssimas.
Parti para pegar um taxi, encontrei Matheus Carreiro da Web Rodeio, e ele ofereceu carona, no caminho seu amigo disse que precisava comprar maquiagem no Caesar Palace, eu precisava fazer a mesma coisa.
Fui lá comprar algo para a Fernanda, peguei um taxi, mais um daqueles ilegais, voltei para o MGM.
Tomei um banho encontrei com Lelê, fui em direção a festa, mas queria conversar com um cara. João Ricardo.
Passei pela festa, Silvano tinha acabado de chegar, mas fui até o apartamento de João Ricardo. Queria saber como ele estava, afinal foi ele um dos responsáveis por eu estar aqui.
No caminho encontrei Adriano Moraes e Flávia, Adriano fez questão de elogiar a capacidade de Silvano Alves, o papo durou 2 minutos, seguimos ao encontro de João Ricardo.
Ficamos conversando, Fabiano Vieira chegou, seu agente também, quando eu liguei marcando minha ida ao apartamento, ele disse que não iria sair.
Mas, conversa vem e conversa vai, ele fez sua analises, estava conformado e tranquilo, tomamos um wisk juntos, ele acabou de arrumar a mala e fomos um pouco na festa do campeão, que ficava poucos metros do apartamento João Ricardo.
No caminho e na festa, muitas pessoas pedindo autógrafos e fotos de João, Silvano já havia saído. Encontrei Jason Malone, perguntei de sua esposa, ele a chamou para apresenta-la. Fique um pouco e vendo todo mundo ali os competidores, de sempre escrevi, li e vi de longe, e ficha do ‘acabou’ ficou mais forte. Bateu-me um cansaço surreal. Lelê e João Ricardo ficaram bravos comigo, mas os abandonei. No caminho encontrei Silvano, Guilherme, Rafael Vilella, o fisioterapeuta Felipe e suas esposas saindo do restaurante. Foi hora de conhecer Andreya, esposa de Valdiron de Oliveira. Despedi de todos e segui.
Na entrada do elevador encontrei o chefe de Justin, perguntei por ele, disse que havia ido ao quarto guardar as coisas, mas no cansaço que eu estava não ia aguentar, parti para o quarto.
Como Tuff Hedman na cena do filme ‘Oito Segundos’ desmaiei na cama com roupa, bota e tudo. Acordei mais tarde, tirei minha roupa e dormi. Levantei as cinco arrumei minhas malas e iniciei a escrita. Quando iniciei esta última página, estava escuro, olhei a direita agora e tudo está apagado, amanheceu, as luzes se acenderão de novo hoje a noite, mas não estarei aqui para presenciar.
Las Vegas foi um sonho que pude viver cada segundo, cada dia. Muita coisa não consegui fazer, muitas mesmo, mas o pouco que fiz, foi em Las Vegas, já tenho motivos para voltar um dia. Mas nesse dia de hoje agradeço a Deus por cada oportunidade. Agradeço todos que fizeram parte dessa viagem, não vou citar nomes, alias vou sim, Fernanda Alves minha esposa, por me apoiar e incentivar mesmo sem poder estar junto comigo. Obrigado é pouco. Levo na mala muitas vitórias pessoais e profissionais, são muitas coisas, eu para ser sincero, não tinha dimensão do meu trabalho fora do Brazil, fique assustado e claro, feliz ao mesmo tempo, tendo a certeza que todo o tempo dispensado e dedicado valeu cada segundo.
E a certeza que escolhi o esporte certo: Rodeio.
Parabéns não só por este trabalho em LAS VEGAS,mas também aqui no Brasil,espero tb poder assistir uma desta grande final em LAS VEGAS(ao seu lado)quem sabe ano que vem.Que Deus continue te abençoando.
Abraço
Piaçu Rodeio