LAS VEGAS: Na cidade das luzes o tempo fechou após o round III
Olá amigos e se foi mais um dia de Las Vegas. Sabe aquela frase: “O que acontece em Vegas ficam Vegas?” Então, segundo os brasileiros que estão aqui, a realidade é bem outra.
O que acontece em Vegas vai para o Brasil através da conta do cartão de crédito. Sim, isso é muito sábio e triste, mas como ainda não voltamos para o Brasil, vamos falar do que acontece por aqui.
Quanto mais ando por aqui, fico imaginando como é que essa cidade foi construída. E como tudo se mistura em Vegas. Até chegar nesse raciocínio, vamos falar do dia de ontem que terminou bem tenso.
Eu e meu companheiro Lelê, fomos assistir a final da ABBI. Achamos que era em um lugar, mas graças a taxista (enquanto se vestia de anjo) descobrimos que era em outro.
Ela tomando agua e comendo abacaxi enquanto dirigia, partiu rumo ao lugar que era longe. O taxímetro não parava e nunca chegava.
O local era o Salt Point Hotel, ele fica mais afastado. A conta deu 23 dólares. Uma pausa. Em Vegas ande sempre com dinheiro trocado.
Quando trocamos nossa grana no Brasil é em nota de 100 dólares e ficamos com preguiça de trocar. Isso é ruim e você vai entender.
Não tinha trocado, dei 100 dólares, ela me voltou 70 dólares e disse: Muito obrigado. Sete dólares para casa do chapéu.
Chegamos no Salt Point, o evento já havia começado. A arena era dentro do hotel. Difícil de imaginar né. Mas é assim, enorme todos os hotéis aqui, são maiores, que nossos shoppings Centers. Muito mais.
Eram10 dólares para entrar, e não sabíamos se ainda havia muitas montarias. Conseguimos a informação pela metade e arriscamos, compramos os tickets.
Para nossa sorte estava acabando o primeiro round. Kaique Pacheco, Robson Aração, Paulo Lima, Flavio Viana, Alexandre Cardozo todos estavam participando.
Era difícil acompanhar, afinal eles praticamente falam só os nomes dos touros. Kaique Pacheco acabou ganhando, fez um montadão que eu dei conta de perder e não filmei.
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Enquanto isso, Rogério Pailt, Garoto Juca e Ricardo Sabino me xingavam pelo Whatsapp. Eles foram para outro hotel e perderam 25 dólares.
No intervalo, pedi uma foto com a tropeira loira Page Stout. Conversei com ela um pouco, muito simpática. Disse que pretende ir uma vez ao Brasil.
Voltamos para arquibancada, os três já chegaram e também assistiram o rodeio. No final encontrei Jason Malone, amigo do Texas que é o primeiro ‘Alternate’ da final, faltou 13 pontos para montar na PBR Finals.
Logo depois falei com Andy Watson, fotografo da PBR, ele estava com sua esposa vendendo fotos, os tropeiros e competidores estavam comprando, custava 25 dólares.
Cara muito tímido e fera no clique. Ele elogiou meu inglês. Acredito que foi apenas simpático, afinal está longe de eu ter um inglês bom.
Separamos a turma, agora Rogério se juntou comigo e com o Lelê. Ficamos olhando algumas coisa nas lojinhas e em menos de 20 minutos tocou um sirene, era hora de ir embora.
Dali em diante vou pular para a parte do rodeio, novamente. MGM, 17:00h, estou na fila do Taxi, um casal se ofereceu para ir comigo ao rodeio, mas como estava esperando o Lelê, dispensei, chegou minha vez e fui pedindo para as pessoas passarem a frente.
Um rapaz com a bandeira do Brasil pediu se podia dividir o taxi, eu prontamente disse que sim. Ele se chama Zeca, é de Itupeva se não estou enganado.
Lelê chegou a partimos. Esse taxista é daqueles que gosta de futebol, falava, Zico, Pelé, e de futebol o tempo todo. Não fui com a cara dele. O taxi dele deu mais caro que os outros, e na hora de pagar ainda pediu mais dois dólares, até me afastei porque já estou de saco cheio desses taxistas aqui.
Nesse trajeto, André Silva, Gustavo Carvalho e Carlinhos Pavan, me mandando mensagem falando do cardápio da sala de imprensa.
Quando cheguei lá, André Silva e Patrícia estavam presenteando nossa amiga Sheryl Powers, aproveitei e dei a ela uma fivela e um copo.
Como disse ontem ela adora os brasileiros e já havia me mandado outros presentes, ele á muito doce, e me contou que a pipoca que ela havia me dado era da cidade dela Joplin no Mississippi.
Corri pegar comida, Justin o colunista chegou com presentes para mim, uma camiseta e um livro sobre a final da PBR.
Muito legal essa parte. Muito mesmo, mas precisava comer, descarregar meus vídeos e a hora estava passando. Pedi a Megan uma cópia do sorteio, já que havia acabado e descemos.
Aumentou a número de pessoas para a imprensa, mas até que foi tranquilo trabalhar. A vibração era semelhante a do dia anterior.
Vou direto para a última bateria das montarias na vez de Guilherme Marchi.
O Carlinhos Carvalho me falou assim: “Olha o filho do Guilherme”. Olhei, e não parei mais de olhar. Estava ele JG com a mão estendida para os bretes rezando pelo pai, Patrícia estava com a mão no rosto e Manuela preparando o celular para filmar.
Quando abriu a porteira e o touro entrou para a direita JG ensaiou levantar, na sequencia o touro derrubou Guilherme. Fiquei triste, queria ver ele JG comemorar. Mas vou ficar de olho hoje e amanhã.
Uma montaria depois foi a vez de Silvano Alves, começava ali uma história que deixou a noite do round III, um pouco conturbada.
O touro de Silvano pulou fraco, porém, ele completou os oito segundos e era o único invicto da competição.
Quando o responsável pela Ri-Rider, foi de encontro com Silvano, sem mesmo antes dele conhecer a nota já disse NÃO.
A nota chegou 69,00 pontos. Ele continuou andando em direção ao fundo dos bretes e, quando ele entrou, as vaias foram fortes. O clima ficou chato.
João Ricardo parou com 87,50 pontos, e se tudo acabasse agora, ele seria o campeão. A maior nota da noite foi de J. B. Mauney, 90,25 pontos.
Para coletiva de imprensa vem sempre a melhor nota e alguém mais. Quando cheguei á sala de imprensa, para minha surpresa escolheram Silvano Alves. Era óbvio que ele seria bombardeado pelos jornalistas.
E para fazer o relato correto, Silvano estava extremamente irritado. Conversei com ele que, discordava da sua nota, que podiam ter dado algo entre 74 e 79. Não concordava com a nota do J. B. também.
O locutor chegou para falar com ele, e ele mostrou essa indignação. Perguntei a ele (Silvano) antes da entrevista. Se de verdade alguém queria prejudica-lo, se aquele nervoso não o atrapalharia. Ele disse: Não, estou de boa, mas fico chateado.
E ele falou, não vou esconder nada na coletiva, se quiserem perguntar pode perguntar. Já viraram para mim (os brasileiros) e falaram: você pergunta.
Miriaham, mexicana que trabalha na PBR e fala Português tentou acalma-lo. Enfim, o clima estava pesado. J. B. chegou a coletiva começou.
Gustavo Carvalho me auxiliava no que os americanos perguntavam. E um já perguntou para Silvano sobre o Ri-rider ele respondeu:
“Eu peguei um touro de 86 pontos, ele não pulou bem, mesmo assim achei minha nota baixa, não sou juiz, não os entendo, parei no meu touro e estou em primeiro lugar na final, fiz minha parte”
Chegou minha vez de perguntar e falei: Silvano aqui nos EUA se cria muito o ídolo, essas vaias de hoje não te preocupa em relação de perder fãs, pois sei que sua estratégia de montaria é bem formada em sua cabeça?
“Não me preocupo, eu parei nos três touros, tenho 100% de aproveitamento, se eu não fizer minha parte, o público não vai fazer por mim, ás vezes os touros não tem um dia bom. Quero só fazer meu trabalho e fiz”.
A coletiva seguiu nesse clima, e você pode conferir tudo aqui. Tentaram jogar J. B. na fogueira, perguntando se ele achava que Silvano deveria ter pego Ri-Rider.
Ele saiu fora dizendo que Silvano era bicampeão mundial e sabia o que estava fazendo, o cara ali (EU), falou sobre fãns, talvez pelos fãs sim, ele deveria ter pego Ri-Rider, mas eu não posso responder por ele, ele sabe exatamente o que está fazendo”
Nessa hora, sai um pouco do contexto, olhei para Justin meu amigo Colunista, com o gravador registrando tudo, ali a mesmo poucos metros de mim, olhei para J. B. Mauney, que olhou para mim na hora de responder.
De estar a todo tempo a menos de dois metros do Flint, do Andy Watson, do Ty, de tudo. Acho que só quando eu sair daqui vou ter noção de onde estou, isso porque não estou falando dos lugares e dos hotéis.
Falando em hotel a festa e a escolha ontem era aqui onde estou hospedado, MGM, mais uma vez o Carlinhos Carvalho, não deixou o Carlinhos Pavan dirigir, aliás quando a acabou coletiva, o J. B. Passou fumando um cigarro com cheiro forte, era um ‘Palheiro’ que o Carlinhos Carvalho deu pra ele.
Enfim, o Carlinhos Carvalho não perdeu o carro desta vez, ficou enrolando lá na sala de imprensa, só tinha o dele na hora que fomos pro estacionamento. Eles não ficaram na festa e deixaram eu e o Carlinho Pavan na frente do hotel.
Ao chegar no hotel uma movimentação grande, e muitos fãs do Los Angeles Lakers, time de basquete, hoje (sábado) tem jogo deles por aqui, e a galera estava saindo com camisetas amarelas e nós entrando de chapéu, uma mistura que parece ser errada, porém em Las Vegas dá certo. Muito certo.
Mas o Carlinhos Pavan, o navalha de Las Vegas, disse que sabia onde era a festa/sorteio. Um senhor bem de idade, perguntou pra nós onde era, e ele (Carlinhos) todo confiante disse: Segue em frente. Fui no quarto guardar a mochila e quando voltei fui na cola dele que até então SABIA onde era a festa.
Era pra outro lado totalmente inverso, naquela hora desejei não encontrar o casal de velhinhos que encontramos no caminho. Pior, encontramos, e o velhinho todo prestativo, disse: É na piscina. Que vergonha, ou seja, até a pé o Carlinho Pavan dá conta de errar o caminho.
Meus pés estavam doendo demais e eu desejava dar uma porrada nele Carlinhos, mas fazer o que né.
Quando estávamos entrando já encontramos com J. B. que seria o primeiro a escolher pela ordem de classificação final do round, quando chegamos já estava meio adiantado a coisa.
Fui pegar a cerveja e não prestei atenção, pedi uma Corona Mexicana, e era mais cara, nove dólares, nem quero imaginar quando seja isso em real.
E ali ficamos, os meninos estavam trocando informações sobre o sorteio, terminou fiquei conversando com João que também estava insatisfeito com sua nota, mas estava de boa.
Conversamos bastante. Os outros foram embora e ficamos lá, o Crisostomo ficou um pouco também.
No palco uma banda tocava country e nós tomávamos cerveja, logo o Garoto Juca não resistiu e mandou uma sequencia de mortal, não sei se é assim que se fala mas, os americanos gostaram. Fomos tirar uma foto todos juntos, pedimos a uma mulher para tirar, mas quando fui ver ficou tudo escuro, Juca fez graça de novo, e fiz uma montaria de oito segundo nele em frente ao palco. Muita gente riu.
Noite bacana, e divertida, meia noite tudo terminou e já mandaram a gente vazar fora. Aqui é assim, terminou, tem que ir embora.
E pra não perder o costume eu e Lelê fomos ao McDonald e depois de alimentados terminamos mais uma noite de Las Vegas.
Hoje escrevi um pouco mais tarde, o cansaço está muito grande, meu pés doendo e hoje tem um longo dia por aqui.
Na disputa pelo título, está muito entre Silvano e João. Guilherme e Mike Lee ainda possuem chances, porém não dependem só deles.
Hoje são 770,94 pontos, a diferença se falando em projeções já com os bônus finais. Sou seja, Silvano nesse momento, precisa que João desça duas posições na classificação da etapa, enquanto João não pode deixar Silvano ir muito longe na classificação da etapa. Em resumo, isso não vai se definir tão cedo. Acredito que só na última montaria.
Parabéns Eugênio pela forma como descreve sua viagem. Acho que é o sonho de muita gente que está aqui no Brasil e a maneira como vc narra todos os detalhes, desde o mais simples como pagar um táxi, nos faz estar aí , vivendo tudo isso, todo esse sonho. Quando eu tinha o rodeiototal.com , eu buscava escrever dessa forma simples e que o povo entenda, tentava fazer o leitor viver o que aquele texto estava narrando e vc consegue com maestria …
Mais uma vez parabéns , hoje eu dei um pulo em Vegas graças a vc …
Vladimir Lemos ( Zói )
ACREDITO QUE GUILHERME AINDA GANHE…….