LAS VEGAS: Não dá para participar da festa sendo só brasileiro, round II
Olá galera do Brasil, agora já sei que posso dizer boa tarde, afinal já sei exatamente que horas o texto vai entrar no ar por ai.
Aqui começando os trabalhos um pouco mais tarde que ontem as 6:50h da manhã. Ontem a tarde cheguei bem atrasado no rodeio, a sorte que eu e o Lelê, ajeitamos um taxista maluco que saiu cometendo infração, como nos filmes, fazendo curvas, entrando na frente dos outros, o pior é que ele não sabia que estávamos atrasados, mas gostamos dele.
Chegando lá encontrei o Rafael Vilella e sua esposa Fernanda também atrasados. Me separei de Lelê e parti a passos rápidos, pra não dizer correndo para a sala de imprensa, a fila para descer já estava formada, comi dois pedaços de frango, na verdade engoli, tomei dois terços de uma Coca-Cola e já abriram a porta, descemos para mais um dia de trabalho.
Lá em baixo aquela dificuldade de sempre, falta de espaço, mas quem disse que as coisas seriam fáceis mesmo em Las Vegas.
Na abertura do rodeio, um grande pano caiu e lá estavam todos os competidores. Nos brasileiros que estamos mais na ponta, deu para notar que João Ricardo estava mais sorridente que o primeiro dia, Guilherme e Silvano também.
Sei que o motivo de muitos “brazucas” estarem em Las Vegas é único: torcer para os brasileiros. Sim, e é justo, uma causa digna.
Agora me desculpem, não dá para vibrar só quando Silvano Alves e cia limitada vencem seus touros.
Um pouco mais tranquilo que o primeiro dia, porém não menos cansado, puder abrir o leque de observação.
A função era identificar o volume de vibração do público em cada montaria. É impressionante e arrepiante como esses caras aqui na américa, gostam de rodeio e sabem curtir e aproveitar cada momento.
Não, não tente imaginar, você não vai conseguir. É como um time de futebol no ataque, o atacante limpa o último zagueiro (3ª segundo da montaria), nesse momento a torcida já começa a fazer um barulho tímido mas em crescente. Vem o goleiro (6º segundo), que fica pra trás, o barulho da torcida aumenta e finalmente a bola é colocada para o fundo das redes (8º segundo), o grito de gol é ensurdecedor. São assim as coisas por aqui.
Muito mais emocionante que ver uma americano vencer um touro (sempre lembrando que eles vibram também com os brasileiros) é ver o público acompanhando uma revisão de nota.
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Mesmo que você já saiba como é, vou explicar. O competidor cai com 7 segundos quase oito, pede revisão. É mostrada a montaria em câmera lenta com o cronometro na tela umas cinco vezes acredito, de vários ângulos.
Ontem foram duas, ambas, montarias em que o competidor deixou a mão escapar da corda, porém ficou segurando o cabo, e a regra é clara Arnaldo. RS. Se a mão estiver no cabo mesmo que o competidor esteja chegando ao chão ele terá nota.
Então a imagem era fantástica, o cronometro indo lentamente, 7,87 segundos, a vibração começava, entrava na casa dos 7,96 segundos, e o replay mostrava a mão ainda em contato com a corda, e chegava no 7,99 e pronto, oito segundos. A estava feita a vibração era maior que uma nota acima de noventa pontos. NÃO TEM COMO NÃO ARREPIAR.
Para finalizar este observatório, quando um competidor americano como Matt Triplett, com chances matemáticas de título mundial para em seu touro como na noite de ontem, marcando 92 pontos e vencendo o round e, na sequencia o locutor fala: “Se tudo terminasse agora ele seria o campeão mundial”, meu amigo, dá vontade até de correr, de tanta vibração do público, algo único, inexplicável e que você só poderá sentir estando presente.
Aproveitando o gancho do parágrafo anterior, quando Silvano Alves venceu ‘Mr. Clark’ com 87,75 pontos, o locutor repetiu a frase acima. Ele assumia a liderança, do mundial nas projeções.
Como disse também lá em cima, João Ricardo estava tranquilo, porém, se quisesse sonhar com o mundial precisava de oito segundos, e foi o que ele fez, marcando 90,25 pontos em ‘Jack Daniel’s Tennessee Honey’ E a frase: ‘Se tudo terminasse agora ele seria o campeão mundial, dormiu com João Ricardo’
Para fechar a parte de montarias dos brasileiros, o restante estará no vídeo abaixo, No Minuto do Rodeio, Fernando Novais, venceu seu touro ontem e como ele é convidado, precisava terminar a noite de ontem entre os 15 primeiros, e assim foi feito, venceu seu touro e terminou em 15º.
Um fato engraçado, que aconteceu ontem e até comentei com ele, Fernando, é que, quando ele venceu seu touro, ele ficou meio perdido, e tinha todos os motivos para isso.
E sabe aquela câmera que vai de encontro com os competidores? Então ela foi, mas Fernando pegou seu capacete e rumou para o fundo dos bretes pelo brete e não pela lateral como é o correto, e claro que ele não sabia disso.
Enfim, o câmera veio e foi para o outro lado, pensa num câmera que ficou bravo, não sei fazer leitura labial em inglês, porém deu pra perceber que não foram palavras bonitas, mas o importante é que ele parou e continua montando, em breve ele fará o protocolo, mas demos muitas risadas ontem lembrando o caso no Bar.
Bom, falar em emoção e admiração, como não falar de ‘Bushwacker’, a estrela da noite. Esse touro é tão estrela que ele entrou na arena antes de qualquer coisa ou competidor, e pensa ‘na’ vibração.
E eu então, estava ansiosíssimo para ver o tão esperado touro. Antes, veio Asteroid, com 46,50 pontos.
Na hora de Bushwacker, terminaram a sessão, a pergunta era uma só nos bastidores: “Agora não era Bushwacker?” Pois é, acreditam que fizeram algo que não dá para acreditar que fizeram, mudaram a sequencia e deixaram o touro por último.
Talvez para nós, mudar um sequencia seja normal, mas para eles não, isso virou até pergunta na coletiva de imprensa.
Enfim o touro saiu ameaçou para esquerda veio para direita e o novato ‘Brady Sims’ foi ao chão.
A nota de Bushwacker foi apenas 45 pontos, e ele vai ter que rebolar, ou melhor, pular muito para ser campeão domingo em sua última montaria.
Tenho que destacar aqui o trabalho de Rafael Vilella que fez participações nas narrações dos brasileiros em português.
Terminou tudo na arena e fugi, isso mesmo, não fui pelo corredor para sala de imprensa, resolvei dar um volta no ginásio, ver o que tinha por lá, sai pela entrada principal e entrei pela entrada normal da sala de imprensa.
Encontrei minha amiga Sheryl Powers nessa fugida, ela que é uma fã dos competidores brasileiros, isso mesmo, uma americana que torce pelos brasileiros, carinhosamente me deu um presente, que degustei parte dele agora pela manhã escrevendo este texto, uma espécie de pipoca doce, que estava muito boa, afinal um pouco de glicose as 7 da manhã depois de muitas cervejas não faz mal a ninguém. Fique muito feliz de ver ela.
A coletiva estava começando e estavam lá Silvano Alves, Matt Triplett e Brad Sims. As perguntas começaram e eu pedi ajuda ao Gustavo Carvalho nas respostas para saber o que estavam perguntando, analisei e pensei: Porque não?
Perguntei ao Silvano se estar em segundo lugar no ranking o deixava de certa forma sem menos responsabilidade e mais tranquilo para trabalhar.
Ele respondeu: “Sim, era legal e bom quando eu estava em primeiro lugar, mas estar em segundo é melhor, dá mais tranquilidade”.
Tudo devidamente traduzido por Megan a nova tradutora da PBR, ele ficou um bom tempo no Brasil e sabe traduzir as gírias perfeitamente.
Fique muito feliz quando esta resposta do Silvano foi para o texto do site da PBR. Não basta estar em Vegas, é preciso arriscar.
Acabando fui para a escolha de touros realizado no Bar da PBR aqui em Las Vegas, eu não sei se é da PBR, mas leva o nome da PBR. Muito legal, um cenário único, lindo e no melhor estilo country.
Claro, desta vez não permiti o Carlinhos Pavan, dirigir, foi o Carlinhos Carvalho que assumiu o comando.
Não teve erros, chegamos lá em nenhuma buzinada, nenhuma infração de trânsito, tudo bem que, o Carlinhos Carvalho, não sabia onde largou o carro no estacionamento, mas, isso são só detalhes. RS
Lá no Bar, os competidores em um canto reservado, conversando muito, principalmente os brasileiros, o ordem foi a classificação do round era a ordem de escolha, isso favoreceu por exemplo, falando de título mundial João Ricardo e Silvano Alves. E claro Matt Triplett.
O cenário é simples, hoje vou concentrar em dois, Silvano e João Ricardo. Embora se tudo terminasse agora ele seria o campeão, João Ricardo sabe que Silvano está bem ali, a duas posições (na etapa ) de ficar com essa frase.
Ele arriscou um pouco mais, quis um touro para vencer ou ficar entre os primeiros no round. Foi de Dakota Style’s Hy Test, touro que tem uma batida forte para e esquerda.
Silvano, pegou um touro menos intenso que roda na sua mão, ele tem uma parada a mais que João, e sabe que se vencer todos os touros, ficará a frente do amigo. A disputa vai ser quente.
Gostei de Claudio Crisostomo, mesmo com a clavícula arruinada, vai de Smackdown.
O ambiente do PBR Rock BAR era gostoso e com vista única, mais a vontade pude tomar umas cervejas afinal sou filho de Deus.
Conversei com Robson Palermo e perguntei porque ele estava mancando, ele respondeu que torceu o tornozelo no primeiro round, ou seja, esse, talvez seja um ano para Robson esquecer, mas ele está bem e vem contudo.
João Ricardo falou também que havia ficado chateado de ter caído de um bom touro no primeiro mas, estava feliz pelo round de ontem ciente da escolha e confiante em mais um nota. Separei algumas imagens da escolha de touros no meu Instagram.
Ali ficamos eu, Lelê, Carlinhos Pavam, Ricardo Sabino, Garoto Juca, logo viemos embora de táxi, na certeza que mais um dia de rodeio foi vivido com sucesso.