NA TRAVE: COMPETIDOR MINEIRO FOI DUAS VEZES VICE-CAMPEÃO EM BARRETOS
Quando ouvimos histórias, do tipo de Marcos Fernando Meneses, popularmente apelidado como “Marcha Lenta”, de 23 anos, representante de Patrocínio (MG), logo ligamos a ditados populares como: “Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”. Com Marcos caiu, e de uma maneira muito dolorosa.
Quem não quer ser campeão de Barretos? Todo ser humano brasileiro, ou não, que monta em touros ou cavalos quer. Com Marcos Fernando, que é casado, pai de um casal de filhos, não é diferente. Deste os tempos onde freqüentava a fazendo do tio, já se arriscava – ainda que escondido – em cima de bezerros, e garrotes (novilhos). Suas aventuras foram descobertas quando aos 10 anos quebrou o braço montando.
O tempo passou e aos 16 anos “Marcha Lenta” já estava participando do primeiro rodeio, em Cruzeiro da Fortaleza (MG), e ali já saboreava o sabor da vitória, logo na estréia conquistava o primeiro titulo como peão. Mais tarde já depois da fama, tirou a invencibilidade do touro Britânico do Paulo Emílio.
Segundo lugar no campeonato nacional da PBR Brasil, em 2012, e é por este ano, quero começar a narrar suas aventuras em Barretos. Marcos Fernando, terminou o maior rodeio do Brasil, Barretos, em segundo lugar, entrou na final na terceira posição e conseguiu quase chegar ao lugar mais alto do pódio. Era a segunda vez que isso acontecia.
Porém, foi em 2011, um ano antes, onde ele também terminou na segunda posição em Barretos, que muitos já sabem, porém, não conhecem o que realmente aconteceu.
E eu, conto agora o que ‘eu’ vi.
Domingo, tarde/noite de 28 de Agosto de 2011. Todas as nove montarias, anterior já haviam acontecido. O último a montar era Marcos Meneses, no touro Dejavu da Cia Califórnia.
Eu estava longe, no meio da arena, onde ficam os comentaristas e departamento esportivo de Os Independentes. Percebi uma certa demora, seguida de um tumulto entre os juízes. Foi sinalizado o corte do peão, depois do touro, depois foi feita outra tentativa, e a confusão visivelmente envolvia mais gente, foram chegando diretores de Os Independentes, e na seqüência o touro foi desclassificado e Marcos, montou no touro, Oba Oba, do Silmar Colombo. Ele, só precisava de oito segundos para ser campeão, mas, não conseguiu, perdendo o título. Fui ao fundo dos Bretes, pegar as informações com Juberto Morales, o campeão daquele ano, olhei e vi Marcos Meneses com os olhos vermelhos, interpretei que ele estava chorando.
Porém, mais de dois anos após o caso, conversei com Marcos Fernando sobre o assunto, durante a final da Ekip Rozeta em Luiziânia (SP).
EJ: Fui direto perguntando. Qual vez doeu mais?
MF: Foi em 2011, eu estava em primeiro de nota dependia só de mim falhei.
EJ: Que tipo de falha?
MF: Quando fui trocar de touro, na hora de passar a corda nele, deixei a corda encostar na lama, e você sabe, precisamos de aderência, e logo que a porteira abriu, minha mão escapou e com ela o título.
EJ: O que aconteceu? Porque tanta confusão para você montar?
MF: O touro não estava dando condições, e um juiz me cortou, ao invés de cortar o touro, ai começou um desentendimento entre eles. Por fim resolveram que eu tinha que montar outro touro.
EJ: Essa troca te prejudicou?
MF: Não, quando ela aconteceu eu achei melhor, mas, no rodeio não dá pra erra, como disse acima, um erro meu me custou o título de Barretos.
EJ: Conseguir dormir aquela noite?
MF: Não, de forma alguma, doeu muito.
EJ: Você chorou?
MF: Não , mas, fiquei muito magoado.
EJ: Quantas motos e carros ganhou no rodeio?
MF: 13 motos, 01 carro, vice campeão pela PBR Brasil em 2012, e títulos em Olímpia, Santa Helena no Goiás, Betim (MG) entre outros.
EJ: Qual touro que você montou e não gostaria de montar mais.
O touro Fugitivo, do Silmar Colombo. Montei em nele em Divinópolis, ele me deu um puxão e depois me pisou tudo.
EJ: Um peão que você admira?
MF: Edevaldo Ferreira
EJ: Parece que Barretos não te dá muita sorte, o que aconteceu com você em 2010?
MF: Eu estava bem de nota, mas, larguei minha tralha/equipamentos de montaria com um amigo, que não conseguiu chegar na hora de eu me apresentar. Emprestei outro equipamento, minutos antes de eu montar meu amigo chegou, quando troquei e fui subir no touro, que já estava no brete de solta, o juiz me cortou/desclassificou.
Por Eugênio José – MTB: 67.231/SP
Foto: André Silva