Não gostar de J. B. Mauney é um direto seu, porém respeita-lo é quase lei
Eu entendo sua posição de torcedor, de você simplesmente não ir com a cara dele, como um dia eu também não fui.
De talvez você se lembrar da provocação que ele fez aqui no Brasil na arena de Barretos. Talvez você não goste dele, por causa das notas elevadas que ele recebe. Há muitos motivos talvez para você não gostar de J. B. Mauney
Há uma diferença grande de não torcer por ele, não gostar dele, inclusive já tive nestas duas situações, mas há uma outra posição que todos precisam ter quando o assunto é J. B. Mauney: RESPEITO
Não estou escrevendo agora como fã de nada e nem representando nenhum país, estou falando de rodeio, de montarias em touros e, esse cara já escreveu uma parte importante da história do esporte.
Não estou o comparando com ninguém, nem dizendo que ele é melhor ou pior que ninguém. Estou apenas falando dele, J. B. Mauney. Antes que algum fanático se pronuncie, meu amigo americano, Justin Felisko, colunista da PBR, escreve toda semana dos brasileiros, porque são bons e J. B. Mauney também é bom, ótimo, é totalmente diferente em cima de um touro e tenho direito de escrever sobre ele.
Você o colocaria como candidato ao título de 2019 Eugênio? Não, neste momento da competição e baseado no histórico dos últimos anos não, mas não duvidaria de J. B. Mauney, porque, mesmo contra minha vontade as vezes, preciso respeitá-lo
O que quero chamar atenção aqui não é sobre os dois títulos mundiais, por ele já ter vencido a PBR Finals, Calgary duas vezes, The American, ser o recordista em ganhos de todos os tempos da modalidade touros, de ter quebrado a longa sequência de vitória de Bushwacker, nem do cara que estava em primeiro lugar de nota e escolhia o touro mais difícil da final, ao invés de garantir a vitória.
Aliás, essa insistência, principalmente de querer toda semana estar enfrentando Bushwacker, foi o motivo de eu criticá-lo duramente várias vezes, e acredito até que ele poderia ter pelo menos mais um título mundial se não fosse essa teimosia.
Eu demorei a entende-lo, eu demorei a respeitá-lo, mas o tempo ensinou que ele não é juiz, não é ele que dá as notas, o tempo ensinou, que ele quis fazer história. Eu ainda acho que fazer, ganhar, dinheiro é muito melhor. Mas, ele quis fazer outra coisa.
E talvez você entendesse a minha mudança, de pensamento ao viver, ao estar presente algumas vezes vendo ele montar ao vivo. Ele é ovacionado de uma forma jamais vista. É uma experiência única.
Tive o prazer de testemunhar seu último título mundial em Las Vegas, em um sábado à noite, de outubro de 2015. Quando ele escolheu Bruiser, para montar no sábado, ele estava sentado do meu lado na sala de imprensa, na sexta-feira. Eu tenho foto com ele? Não! Como disse, não o admirava, hoje eu tiraria a foto. Eu talvez até pedisse desculpa pelas duas críticas.
Quis, voltar em 2015, porque, desde então, algo ‘não muito legal’ o acompanha, lesões, lesões e mais lesões
J. B. praticamente tem se arrastado em cima dos touros, nos últimos anos. Estava praticamente fora da PBR final ano passado, mas na última etapa conseguiu a vaga.
Começou a temporada e já fraturou a perna, ficou fora alguns dias, perdeu a Global Cup, mas essa semana ele retornou.
Que jeito? Com a perna quebrada e ligamentos estourados. Ele foi direto para Litte Rock etapa da PBR? Não, ele foi montar primeiro na semifinal do The American.
Sério, ele não precisava disso, mas como cowboy, estava pensando que mais um milhão de dólares o faria bem e tentou pelo menos, não deu certo no The American.
Já em Little Rock, deu certo, ele acabou sendo campeão da etapa. Quando desceu do segundo touro, achei que ele não ia mais levantar dali, de tão ‘arrebentado fisicamente’ ele está.
Voltou na final e venceu, com a perna quebrada o evento e se tornou empatado com Justin McBride o maior vitorioso da história da PBR com 32 vitórias.
Para receber a fivela ele foi praticamente se arrastando para o centro da arena, nem entender muito o quão lesionado e com dor ele estava.
Nestes dois últimos anos, ele foi muito mais atleta, muito mais cowboy, do que nos anos que ele conquistou os mundiais.
Se tornando persistente e lutando contra um novo adversário, o corpo, a dor, mas nunca desistindo de ser cowboy. E ainda declarou que deve montar na PRCA e PBR ao mesmo tempo.
Mas e o resultado da etapa, o os brasileiros? Calma, tudo isso vai ser escrito e tratado, separadamente, como sempre trato, porém, este assunto também precisava ser tratado de maneira separada.
Com a vitória ele saiu da posição cinquenta do mundial para a posição nove. Um final de semana histórico para J. B. Mauney