Quinze anos de trabalho transformados em emoção na 1ª noite da NFR em Las Vegas
Eu não exatamente por onde começar, ou de que parte. Enfim, estou nos EUA, Las Vegas, estar aqui, neste atual momento da minha vida é literalmente um presente de Deus, é outra história.
Uma viagem de férias, com um rodeio para lá de especial no fim dela. NFR – National Finals Rodeo, a final mundial da PRCA.
Eu não sei exatamente quando escrevi algo da PRCA pela primeira vez, porém acredito que isso aconteceu lá por volta de 2005.
São mais de quinze anos, falando sobre, cobrindo, escrevendo, fazendo pesquisa, lendo mais de trinta resultados de rodeios semanais sobre PRCA.
Chegou meu dia, 02 de dezembro de 2021, eu cheguei para assistir pela primeira vez a NFR. E a primeira vez, tinha que se especial, da arquibancada. Não podia perder esse momento.
Meus tickets estavam com Junior Nogueira, “Testinha”, grande amigo de longa data, não nos vimos pessoalmente, fizemos apenas contato por telefone, fiquei esperando do lado de fora do Thomas e Mark Center, um local que não era novo para eu, já vim duas vezes em finais da PBR, porém, na NFR não, na arquibancada não.
Eu estava ansioso, chegamos no horário local, 16h30 o rodeio começava as 17h45, eu achava que era mais tarde, já eu conto essa parte.
Já estava movimentado. É muito diferente, do que eu já havia presenciado. Senhores, devidamente trajados ao lado de suas senhoras. Jovens do mesmo jeito, o clima country reina.
Fiquei parado á frente da portaria principal e fiquei olhando aquela faixa amarela, escrito NATIONAL FINALS RODEO. Cheguei com meus companheiros de viagem, Lauro, Lavinho, Jair, Leonardo, eles saíram e fiquei ali, pensando na vida, em tudo que passei para estar ali.
Por um instante Nogueira não me respondeu no Whastapp, a ansiedade tomou conta, falei com mãe dele, com o funcionário, a hora ia passando, estava tudo certo, mas minha ansiedade me largava quieto.
Tente gravar um vídeo sobre bastidores para ficar calmo, uma mulher loira me parou para que eu tirasse uma foto. Quebrou meu clima, tentei pela segunda vez, outras pessoas em pediram para tirar foto. Desisti.
Nogueira visualizou minhas mensagens, faltava pouco para o evento começar, e mandou a foto de um garoto que traria os tickets. Um alívio, que virou mais ansiedade esse garoto não chegava. Nogueira enviou mais uma foto, dizendo que ele estava em outro lugar e fui até lá.
Ele disse: Five? Se era cinco tickets, peguei, e entramos na fila. A fila era grande e fazia, um “zig zag”, demoramos uns 10 minutos até chegar no local que detecta metais.
Entramos, vimos as feiras, as lojas da PRCA, estávamos sem almoço, em razão da viagem, fomos comer um hamburguer, achando que rodeio começaria uma hora mais tarde, na verdade a abertura estava acontecendo já.
Entramos as presas, nesse intervalo entre pegar um ingresso, e entrar no rodeio, tentei gravar outro vídeo. Tentativa em vão, que explico melhor daqui a pouco.
Quanto entramos na arquibancada, Junior Nogueira entrou com a bandeira do Brasil, eu fique estado de choque. Sério, travei.
Tudo aquilo que li, escrevi, comentei durante anos estava á frente dos meus olhos. A abertura acabou, e o bareback começou, e eu hipnotizado, logo decidi que não daria sequencia no meu vídeo. Perdi a sequencia da vida e, não passou um filme na minha cabeça, sim um seriado de muitos episódios.
As modalidades foram passando e fui saindo do mundo da lua que eu estava, e fui tentando assimilar.
Logo chegou a vez de Junior Nogueira, ele cravou um 4,6 segundos, ganhou dinheiro, e é isso que ele precisa, ganhar dólares e estar entre os primeiros.
Quando sentamos nas cadeiras havia um relógio de silicone, tentamos ligar ele a todo custo, e não conseguimos, quando havíamos desistido, do nada as luzes se apagaram e todos os relógios se ascenderam. O americano saber fazer as coisas direito.
Estávamos no meio dos familiares dos competidores, e a cada apresentação, um sentimento, um filho, um pai, uma família que passou uma história que não dimensionamos, ou se quer temos ideia o que eles passaram para estar ali.
A NFR é Copa do Mundo, comparado com o futebol. Então as pessoas, se vestem a altura. Durante um tempo, fiquei olhando só para as botas, quase todas novas, as mulheres vestidas no maior luxo possível.
É a festa do rodeio mundial. Fiquei anestesiado todo o tempo, sem saber onde eu estava ou o que eu estava fazendo. Foi mágico.
Entre tantas emoções ver tanta gente. Marcos Costa não teve uma corrida boa, mas pegou o bezerro isso que importa, ele é bem regular aqui.
Ver tantos nomes que são comuns no meu computador. Ver a estreia de J. B. Mauney, já ganhando o round empatado com Ky Hamilton. Assistir J. B. Mauney montando é uma experiencia única, reviver isso foi especial demais.
Logo tudo se acabou e eu demorei muito para assimilar o que estava acontecendo. Eu estava na NFR, um sonho que virou realidade.
Continuo aqui por quatro dias. Trabalhando? Não, mas levando bastidores daquilo que for possível.
Quis compartilhar algo pessoal, com vocês esperam que tenham gostado