Relato de um dia mágico em San Antonio no Texas em rodeio da PRCA
Faltavam poucos minutos para o celular despertar quando acordei, em Dallas no Texas, na manhã do dia 26 de Fevereiro.
Em resumo, para chegar até aquele hotel, que na verdade fica na cidade de “Plano”, região metropolitana, de Dallas, da minha casa até ali foram 36 horas divididos em ônibus, carro, aeroporto, voo cancelado, chá de espera para alugar carro, etc.
Em companhia do Ricardo Sabino, o “Xuca”, mas que nos meus relatos chamarei apenas Ricardo. Levantamos perto das sete horas, tínhamos uma viagem até a cidade de San Antonio, distante dali 460 km, mais uma vez ao passar pela porta do hotel, o adversário era o frio, aproximadamente dois graus. Uma regulada no GPS e pé na estrada.
Foi uma viagem fascinante, era minha primeira vez no Texas dirigindo ainda, foi indescritível. O frio era até parte interessante do roteiro, e claro eu, viciado em lojas de conveniências paramos três vezes no caminho, sendo que na última comemos um carro quente tradicional, na verdade eram dois, pelo preço de dois dólares e cinquenta centavos. Digo tradicional porque este lanche de lá nas conveniências, você é quem monta e tudo se resume a um pão e uma salsicha, que lá tem um gosto muito melhor dessas que comemos no brasil, e é isso, pão, salsicha e algum molho se você quiser.
Chegamos em San Antônio, conforme o GPS previa, as 13:40h, pagamos o estacionamento, e descemos do carro, meio perdidos e já impressionados, com tudo quando, uma mulher perguntou: “Do You need a help”? Em Inglês respondi: “Yes, but I have two problems. The First I am from Brazil, and don’t Speak English” Ela respondeu em português: “Você é do Brazil? Eu sou de lá, sou de Curitiba”
Nos sentimos em casa, mas ela não pode me ajudar muito, eu procura uma amiga virtual Suzan Kanode, ele trabalha na imprensa e, embora eu não consegui ser credenciado, já que perdemos o prazo para credenciar, esta amiga vendo o esforço de sairmos do Brasil, reservou para gente dois ingressos de cortesia.
San Antonio, segundo Kanode, é o rodeio mais criterioso, para credenciar como imprensa, e as pessoas ficam presa em uma sala, segundo ela, foi ai que perdi a vontade de ser credenciado, minha primeira vez em um rodeio de San Antonio em um rodieo da PRCA tinha que ser de outra maneira.
Fui até a sala de imprensa, e sabia que, os ingressos ainda não estavam lá, e Suzan também não, fiquei ali meio ressabiado, sem saber se entrava ou não ouvi uma voz: Mr Santos?
Era alguém da imprensa que já sabia que eu estava na área, ou melhor, no recinto. Como todos sabem a língua , ou falta de falar fluentemente o inglês, atrapalha o meio de campo, uma moça loira muito educada nos explicou que os ingressos não estavam lá, e poderíamos caminhar em direção ao recinto de exposições (vou chamar assim, mas é muito diferente e melhor que os nossos ai) só dele apontar por onde entraríamos, ela já nos deu mais duas entradas, porque se pagava separadamente para entrar na feira.
Entramos e a primeira visita foi no Hall da Fama do Rodeio de San Antonio, um casal de senhores nos receberam. Quando o inglês, trava logo digo que sou do Brasil. A reação às vezes é de desinteresse, mas nesse caso, eles ficaram maravilhados com nossa presença ali, deram um alfinete, e nos indicaram um mapa onde os estrangeiros marcavam sua localização.
Logo descobri que eram um casal mesmo, marido e mulher, Otto e Ann Strey. Provavelmente são voluntários, com toda a certeza.
Expliquei que tinha um site e montava em touros, que havia ganho duas vezes o rodeio nacional pelo curcuito universitário. Eles simplesmente arrancaram um par de ingressos e nos deram. Embora, negamos, já que já tínhamos os ingressos reservados, ficamos impressionados. Mas, não parou por ai.
Dei um adesivo ales, e para minha surpresa, me pediram autógrafo. Se San Antonio acabasse ali, naquele momento, todo dinheiro pago, ou pagar, já estavam justificados.
Um casal de senhores, reconhecendo alguém que veio do Brasil, e reconhecendo meus títulos como competidor, enquanto no Brasil, é mais fácil eu ser zombado, eu fui tratado na minha origem: UM COWBOY. Sem palavras para este momento.
Ali, no museu, pude conferir várias revistas sobre o rodeio, nomes e fotos de autoridades, um canto com alguns objetos de montarias, ou provas, e lista de todos os campeões e ainda as fotos dos campeões dos anos anteriores. Vou mostrar isso em um minuto do rodeio.
Enfim, saímos daquele local maravilhados e fomos às visitas, antes porém, a primeira cerveja no Texas, afinal a ocasião reservava este direito. Vários pavilhões, com diversos produtos countries, exposições, julgamentos, alimentação, era enorme.
Uma coisa é certa, não se visita San Antônio em um só dia. Acertamos o cronograma, mas erramos nos dias reservados para estar lá. Sem falar é claro da cidade, que é cortada pelo um rio e existem locais maravilhados para se passear a alimentar. (Vale um viagem).
Vou direto para o rodeio, depois de pegar a credencial, visualizei uma porta. Entrei e perguntei só pra ter a certeza do que eu já imaginava. Era um centro de hospitalidade, onde os competidores e as famílias se alimentam e se encontram antes e depois do rodeio. Era como se fosse uma restaurante, claro, climatizado com toda a hospitalidade para receber as pessoas do rodeio, principalmente competidores e famílias. Talvez isso sirva para as comissões que não reservam nem um ingresso para a esposa acompanhar o marido.
O estádio onde é realizado o rodeio, é do San Antônio Spurs, time futebol americano. O rodeio San Antônio venceu nos últimos dez anos como o maior rodeio coberto da PRCA. A rodeio está acontecendo desde o dia 12 de fevereiro e termina, no dia primeiro de março. O rodeio é visitado por 1,7 milhões, durantes este período.
Era um rodeio da PRCA, e quem acompanha meu trabalho, sabe o quando respeito e faço questão de noticiar esta entidade, durante muitos anos, noticiei tantos nomes e eles estavam todos ali, bem próximos.
Era um marco para minha pessoa, carreira, etc, estar em um rodeio da PRCA. Parecia coisa de cinema, e era, pelo menos para eu, apaixonado por RODEIO.
Entramos e andamos um pouco, até chegar a parte superior por uma escada rolante. Logo e, pontualmente foi dada a largada. Uma abertura muito bonita e antes mesmo dos cavalos da abertura sair já saiu o primeiro cavalo na modalidade Bareback.
Naquele momento, fique fascinado, não acreditando que estava li, acho que ainda não acreditei que estive ali, mesmo de longe, foi tudo mágico.
Eu poderia escrever dezenas, centenas de palavras, e mesmo assim não conseguiria descrever o que lá senti.
Uma organização impressionante, com pontualidade britânica, ao mesmo tempo que fico feliz, fico triste, estamos muito muito atrás deles, o rodeio com o público participando em todas as modalidades.
Sim, sou brasileiro, vivo aqui, mas precisávamos de dezenas de aviões lotados de organizadores e comissões indo aos EUA, para trazer de lá, a parte do rodeio que não veio. É forte a frase, ou a colocação, mas é real, estamos escondidos atrás dos shows e sem fãs de rodeio, precisamos nos reeducar, aprender, inovar, seja lá que for.
As modalidades foram sendo realizadas uma a uma, e os campeões de cada noite deram a volta, no telão, aparecia o acumulado em dólares. Lá o rodeio foi dividido em seis chaves, onde cada atleta se apresentou três vezes.
Na sequencia foi realizadas três seminifinais onde os melhores se classificaram para a final que aconteceu no sábado dia 28.
O dia que fomos, estava acontecendo a segunda semifinal.
Quando o rodeio acabou em 20 minutos foi montado um palco para um show, bom achávamos que era um show, o que na verdade era, porém de Stand UP e como não entendíamos nada deixamos o ginásio.
Nas ruas, um frio danado e a maioria das lojas e locais de alimentação já haviam fechado. Rumamos de volta a Dallas, encantados e com aquele sensação de: Preciso voltar aqui. As luzes deixavam a noite mais bonita, no rádio um country rolando e a pergunta que não calava. Será que foi um sonho?
Uma parada para abastecer, pegar algo em um loja de conveniência, e dirigir até o sono falar mais alto, tempo para desligar o motos do carro e aquecer o corpo a beira da rodovia, no Texas, pois acabara de viver um dia mágico.
Parabens eugenio josé, a sua descrissão é muito precisa nunca estive em nem um evento americano ou sequer nos eua vc faze me sentir como se eu estivesse lá acompanhando tudo de perto. No brasil sinto que precisamos de mais união e profissionalismo por parte de todos do rodeio so assim conseguiremos galgar voos mais altos e chegar um dia quem sabe realizar um evento parecido com o que é realizado ai … sua luta e sua vontade não vao ser em vão meu amigo, parabens pelo seu trabalho